RESULTADO DE DADOS ANTIMICROBIANO E OCORRÊNCIA DE LESÃO RENAL AGUDA EM PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL NO OESTE DO PARÁ, BRASIL.

Published: 18 April 2024| Version 2 | DOI: 10.17632/s58z23mvpw.2
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Description

Nas unidades hospitalares, a avaliação e o acompanhamento farmacêutico das prescrições médicas constituem uma importante fonte de assistência farmacêutica. Um problema comum e que apresenta altas taxas de incidência hospitalar é a ocorrência de lesão renal aguda (LRA). A farmacovigilância é implementada em hospitais com a finalidade de monitorar relatos de efeitos adversos relacionados aos medicamentos administrados aos pacientes. O objetivo do estudo é avaliar a incidência de LRA em pacientes internados e expostos a antimicrobianos em um hospital público do estado do Pará, Brasil. Foi realizado um estudo de coorte prospectivo e observacional, cujo desfecho de interesse é a ocorrência de LRA em pacientes internados no hospital entre outubro de 2018 e janeiro de 2019. Os dados foram registrados e armazenados em banco de dados, em seguida foi realizada análise descritiva no GraphPad Programa Prisma 6.0. As variáveis quantitativas foram expressas como desvio padrão (DP) da média e o número de casos como percentual. O estudo foi realizado com 70 pacientes que estavam internados no hospital e necessitaram utilizar algum dos antimicrobianos selecionados no período de observação durante o tratamento hospitalar. Os pacientes acompanhados no estudo eram em sua maioria do sexo masculino (64,29%; n = 45). A idade variou de 19 a 96 anos, com média de 52,49 anos (DP = 20,31). Os pacientes incluídos eram em sua maioria oriundos do ambulatório de oncologia (34,29%; n = 24) e aqueles que haviam sido operados (27,14%; n = 19). A maioria dos pacientes críticos internados na UTI adulto (26,47%; n = 9) desenvolveu LRA. Em relação ao número de medicamentos utilizados pelos pacientes, houve variação de 5 a 17, com média de 10,26 (DP = 2,90) medicamentos prescritos por paciente. Nos dados referentes aos antimicrobianos, a maioria dos pacientes fazia uso de ceftriaxona (n = 29), cefepima (n = 27) e piperacilina/tazobactam (n = 23). Em termos do número de antimicrobianos prescritos por paciente, 60% (n = 42) dos pacientes tomaram apenas um, 30% (n = 21) tomaram dois e 10% (n = 7) tomaram três ou mais antimicrobianos para tratamento de infecções. Durante o período do estudo, as concentrações plasmáticas de vancomicina variaram de 3,0 μg/mL a 22,5 μg/mL. Das 10 amostras coletadas, 10,0% (n = 1) estavam acima da faixa terapêutica estabelecida pela literatura (entre 10 a 20 µg/mL), 30,0% (n = 3) estavam dentro dos valores de referência e 60,0% (n = 6) dos pacientes apresentaram valores abaixo dos valores de referência. Os pacientes que desenvolveram LRA (60,0%; n = 6) durante o uso de vancomicina apresentaram valores de concentração entre 3 µg/mL e 15,9 µg/mL, sendo que a maioria apresentou valores abaixo da faixa terapêutica recomendada. Desses pacientes com LRA, 83,33% (n = 5) utilizaram mais de um antimicrobiano nefrotóxico durante o tratamento hospitalar. As concentrações de pacientes que não foram diagnosticados com LRA (40,0%; n = 4) variaram de 3,0 µg/mL a 22,5 µg/mL.

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Steps to reproduce

O estudo envolveu uma coorte prospectiva e observacional cujo desfecho de interesse é a ocorrência de LRA em pacientes internados em um hospital público na cidade de Santarém, estado do Pará, Brasil, no período de outubro de 2018 a janeiro de 2019, totalizando 90 dias de coleta de dados. Foram incluídos no estudo pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, que não apresentavam história ou qualquer registro de doença renal no momento da admissão, que estavam em tratamento com pelo menos um dos antimicrobianos com potencial de nefrotoxicidade e tinham tempo de tratamento de pelo menos cinco dias com esses medicamentos e pelo menos dois exames laboratoriais ocorridos durante o tratamento. Os antimicrobianos mais utilizados foram classificados conforme planilha de autorização de tratamento da comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH) e através do consumo mensal apresentado pelo software de gestão hospitalar (Tazy); sendo estes amicacina, anfotericina B, cefepima, ceftriaxona, ciprofloxacina, gentamicina, piperacilina/tazobactam e vancomicina. Foram excluídos do estudo pacientes menores de 18 anos, com tratamento antimicrobiano inferior a cinco dias, aqueles que realizaram menos de dois exames laboratoriais durante o tratamento e aqueles com histórico ou qualquer registro de doença renal, submetidos ou não à terapia renal substitutiva. o estudo. A incidência de casos de LRA foi determinada pela aplicação das diretrizes do Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO), onde: SCr ≥ 1,5 vezes maior que o valor basal, conhecido ou presumido ter ocorrido em uma semana e/ou SCr ≥ 0,3 mg/dL (26 µmol/L) em um período de 48 horas. Para os casos que atenderam aos critérios diagnósticos, foram aplicados os seguintes critérios dos grupos KDIGO: quando ocorreu uma variação na SCr e foi igual ou superior a 1,5x SCr basal, mas menor que 2x SCr basal, sabidamente ou presumivelmente ter ocorreu nos últimos 7 dias e/ou CrS ≥ 0,3 mg/dL (26 µmol/L) em período de 48 h, corresponde ao estágio I; uma variação na SCr igual ou superior a 2x SCr basal, mas inferior a 3x SCr basal, isto corresponde ao estágio II; uma variação na SCr igual ou superior a 3x a SCr basal ou um aumento na SCr para ≥ 4,0 mg/dL (354 µmol/L) ou início de terapia renal substitutiva, isso corresponde ao estágio III. Os dados foram registrados e armazenados em banco de dados, e a análise foi descritiva e realizada por meio do programa GraphPad Prism 6.0. As variáveis quantitativas foram expressas em média (DP) e em percentual do número de casos (%).

Institutions

Universidade Federal do Oeste do Para

Categories

Health Sciences

Funding

Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

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